O SILENCIAMENTO.


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Meu nome é kessia Alicia e amo fazer artes e o que me intriga é a complexidade da mente humana.


Tema: O Silenciamento

Uma ou duas questões e perguntas levantadas na sua obra sobre esse tema:

1- O que faz as pessoas se calarem ao verem ou sofrerem uma injustiça, ao serem humilhados, ou não ser quem realmente querem ser?
2- O que leva as pessoas a se expressar, sobre as coisas que não concorda ou desagrada?
3- Qual a sensação de não poder se expressar ?


Duas referências relevantes para seu trabalho

Marina Abramovic e Regina José Galindo duas performistas de grande sucesso e muito respeitadas na área da artes, em suas obras elas falam sobre as relações, sobre o mundo e fazem denuncias contra o estado ou as injustiças do mundo em suas obras (abaixo obras das duas, que tem reação com o meu trabalho)

Experimentações realizadas para avançar na concepção da obra.

Foram feitos dois experimentos: O primeiro foi onde eu sou centro do silenciamento e das agressões, este foi o mais próximo do que quero pra o projeto final. Mas pude perceber que tenho que ter um ensaio antes da apresentação final, com as pessoas que vão me agredir. Além disso me fez pensar sobre a perspectiva de trazer o publico também como agressor, mas orientadas por atores profissionais no ato da agressão.
O outro experimento foi com os atores, onde fiz com que eles tentassem se sentir reprimidos e com raiva por não poderem se expressarem, tentar com que eles sentissem como é ser reprimidos, não poder se expressar. E então depois silenciosamente( porque não podia fazer barulho) expressar a raiva e rancor, ódio, enfim o sentimento que queria expressar.  Esse experimento foi importante, por que através dos relatos, posso tentar chegar o mais próximo, do que passa na mente humana neste momento de agonia, onde possa melhor me expressar quando for apresentar.

Descrição/sinopse/resumo de sua proposta

Neste projeto tenho em mente fazer uma performance onde algumas pessoas, me ofendem, me empurram e quem sabe até mesmo bater. inclusive penso em chamar talvez até mesmo algumas pessoas do público, quem sabe…
Neste meio tempo  estarei sempre calada, de cabeça baixa, reprimida, triste e completamente submissa.
Mas depois de algum tempo, após chegar ao extremos das agressões verbais e digamos que físicas, vou GRITAR, com raiva, rancor, amargura, expressar toda o ressentimento guardado.

Justificativa

O que tenho intenção de transmitir é a dor em desabafo através do grito.
Fazer algo relacionado ao silêncio que muitas pessoas às vezes são forçadas a ficar. E enfim através do grito desabafar, as dificuldades, os maus tratos, humilhações e sobre a desigualdades, o preconceito que as pessoas passam.

Conclusões ou Observações finais

Eu quero passar isso para as pessoas, eu quero que eles enxerguem o grito de uma pessoa que se força ou simplesmente ficar calada, depois de sofrer um abuso, de apanhar, de ver alguém com tanto enquanto tem tão pouco( desigualdade, injustiça), ao querer mostrar quem realmente é mas com medo de ser julgado, as pessoas que ficam caladas por simplesmente aceitar sua situação.



Trago, duas referencias para o meu projeto, logo abaixo a performance de “AAA AAA”, DE 78  feito por Marina Abramovic que se considera a “avó da performance”. Juntamente com Ulay, ex marido, nas décadas de 70 e 80 trabalharam juntos dos confrontos das relações, das amarras, da necessidade de gritar, expor e todos os extremos necessários – e difíceis – de serem colocados em prática nos relacionamentos.

Juntos eles questionaram não somente os limites do corpo e como se manifestar através dele, mas o viam também como um instrumento de comunicação no relacionamento.
aparentemente simples, traz ambos numa sinfonia de gritos um de frente para o outro. Como se esvaziassem o corpo, muitas vezes enrijecido pelas concessões de uma relação, os dois gritam até que as vozes aumentem de volume e entonação. O cuidado do grito-resposta passa a ser uma competição de quem grita mais alto, de ataques representados por meneios de cabeça. Até que Ulay levanta e deixa Marina gritando até sua voz desistir. Semelhanças com a realidade seriam meras coincidências?




Outra referencia é Regina José Galindo-  (nascido em 1974)  é um artista de performance guatemalteco especializado em arte corporal . Notavelmente, para um artista que é conhecido pelos temas políticos de seu trabalho, Galindo cresceu em uma casa da classe média baixa, onde a política em geral, e a guerra civil da Guatemala, mais especificamente, não foram discutidos. Ela frequentou a escola de secretariado e sua carreira como secretária não foi bem sucedida. Seu trabalho como poeta desenvolvido através da participação em oficinas e grupos que se reuniram em casas de amigos, altura em que escreveu as peças que se tornaram parte de seu livro Personal e Intransmisible.
Depois de conhecer Jessica Lagunas e Marianela Dias, a performance art cresceu em importância em sua prática. Aníbal López (também conhecido como A-1 53167) tem sido um mentor vitalício para Galindo, e é notado como uma influência importante em seu trabalho. As primeiras performances de Galindo foram baseadas em suas obras escritas anteriores.
Abaixo uma de suas obras que tem muito haver com o meu trabalho...
"Vou gritar ao vento":
Assim se pendurou de uma ponte a artista visual Regina José Galindo para denunciar as atrocidades do abuso político a que muitas mulheres se viram sujeitas no estado da Guatemala.


Comentários

  1. Bom dia, posso dar uma sugestão? Que tal você ficar sentada, enquanto passa trechos de filmes mudos, com cenas de violências, de repente você começa a gritar por elas. Mulheres apanhando, crianças famintas, guerras, neonazistas e você gritando, sofrendo, solidária; alguns iriam à você te agredir até insensibiliza-la à dor dos outros. Quanto isso acontecesse, som gravado de gritos (outros)de dor e desespero, até ficar insuportável o ambiente.

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  2. realmente muito legal sua ideia...
    Mas quero manter assim, por que se não ai já seria outro projeto, e que não seria exatamente mas meu...
    Mas gostei da ideia de trechos com cenas de violência... algo a se pensar.
    obrigado!!!!

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  3. Pesquisa também a obra de Regina José Galindo (http://www.reginajosegalindo.com/). Ela tem uma obra chamada "Lo voy a gritar al viento"... mas tem muitas outras que podem te interessar...

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  4. Não consegui fazer um registro de sua performance porque fiquei perto da porta porque estava com receio de que em qualquer momento entraria alguém alarmado pelos gritos... Mas pesquise a obra de Galindo... e aproveite a viagem a Porto para conversar e trocar ideias com Joelle... porém, acho que nesse caso mais importante que o registro é o retorno que você pode pedir a seus colegas...

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  5. Kessia, adoro a ideia do seu projeto. Precisamos falar mais sobre o silenciamento. Posso te ajudar com técnicas de voz para não te prejudicar, já que no dia você sentiu a garganta pesar. Também pensei que seria legal se você conseguisse pensar em uma forma de envolver os colegas, faze-los se sentir silenciados para que não só você grite, outros colegas também. Assim você não precisaria gritar tanto e acho que faria os colegas sentirem mais na pele a experiência.

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  6. sim Raísa, aceito toda ajuda é bem vinda. Tambem estou pensando a mehor forma de envolve o publico. Inclusive penso em chamar o publico, juntamente com dois ou três colegas na parte das agressões. E tenho que pensar de como deixar o publico livre para se explessar também.

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  7. Teve um dos seus experimentos que eu fiquei nervoso e com muita raiva, pois tínhamos que lembrar de momentos ruins e não fazer nada apenas nos silenciar. Foi uma experiencia diferente e gritante.

    Parabéns pelo trabalho.

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