Minha Comunidade

Ateliê Comunidade – Docente: Martim

Eu sou Charlene Ferreira, discente do curso de LI Artes da UFSB. Participar de  um Ateliê bem como escolher um tema para elaborar um Projeto Artístico sempre é gostoso, mas desafiador.
Todas as aulas são inspiradoras. Apreciamos belas e diferentes obras de artistas por nós conhecido ou não, como tivemos a satisfação de conhecer a Joëlle Tremblay e suas criações geniais e belíssimas.
Constantemente somos provocados e incentivados a experimentar como parte do processo reflexivo e criativo ampliando olhares e conduzindo às mais diferentes possibilidades. Como disse o professor em sala: “Não existe experimentação errada. Existem experimentações,experiências !”

Meu primeiro experimento foi uma representação do Ciclo da vida através das três fases:
          

(Obra: As três fases da mulher - Gustav Klimt)



* Nascimento: caracterizado por aprendizagens, descobertas e novidades; 
* Juventude: caracterizado por decisões e transformações no corpo e na mente;
* Velhice: caracterizada por maturidade, despedida e morte.

Convidei alguns colegas e pedi que cada um representasse de forma livre, cada uma dessas fases. Os demais, não sabiam da proposta e foram sendo envolvidos com o transcorrer do tempo.




(Fotos: Állan Reis)


As reações foram as mais diversas: uns cederam de imediato, outros se afastaram no inicio por não saber do que se tratava, porém posteriormente se deixaram envolver com o momento e poucos não participaram.
Meu projeto inicial era diretamente com idosos e essa fase que costuma ser tão desvalorizada.  Eles constantemente são taxados de inválidos e incapazes, e isso não é verdade pois a idade traz algumas limitações que são superados com a  experiência, sabedoria, conhecimento.
 Não estava muito certa se era esse o tema que queria e após orientações do professor, experimentos dos colegas, decidi mudar o foco.
Escolhi então, como objeto do meu projeto, minha comunidade. Apesar de ser conhecida como Bairro do Salobrinho é na verdade, fazenda Boa Vista e está localizada em um ponto estratégico, limite entre as cidades de Ilhéus e Itabuna.
Segundo relatos de moradores antigos, antes da década de 50 já havia casas na fazenda, mas foi a partir daí, após a descoberta de uma provável jazida de minério, outros moradores ocuparam a área. Lugar onde guarda muitas histórias e personalidades que vivem no mesmo local há anos e alguns tenho oportunidade de conviver.
O projeto homenageará meu bairro apresentando fotos, livros e obras de  personalidades nascidas e que ainda vivem  na comunidade e dedicam suas vidas à arte de interpretar, escrever, compor.




Cordel Minha Comunidade

Minha comunidade é onde vivo, é meu chão
Terra de gente sofrida que não perde a compaixão

Em suas ruas, muitas histórias: algumas tristes outras valiosas.
Rua da mangueira, do Zinco e do Campo cada uma com um encanto.

O Beco da Fonte já foi muito frequentado.
Matou a sede do povo e deixou o seu legado.

A Rua do Ouro é a mais disputada.
Dizem que guarda tesouro embaixo de cada casa.

O Rio Cachoeira corta a região.
Por aí é poluído, mas aqui é provisão!

Desde seu “descobrimento” passou por transformação.
O lugarejo invisível abriga CEPLAC, UESC, ATACADÃO.

Infelizmente não é o céu que merece ser,
Mas é meu recanto de descanso, vida e prazer!

(Charlene 17.09.17 – Experimentando Cordel)



(Vídeo minuto sobre a vida da atriz Valderez Freitas Teixeira, moradora so Salobrinho - produção UESC)


(Livro Encantos e Desencantos de um Povoado - Sherney Pereira)

Comentários

  1. Um encanto para nossa alma, seu projeto! Amei!

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  2. Que maravilhas foram apresentadas para nós! Todo a riqueza que você reuniu! É preciso valoriz'arte cada vez mais nossa comunidade!

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